E se, em vez de depositarmos aquelas folhas de impressão já usadas no ecoponto, pudéssemos, literalmente, apagar toda a tinta das folhas e usá-las novamente?
Esta ideia já foi posta em prática por várias entidades, mas era necessário o uso de tintas especiais, o papel ficava estragado... Mas agora, esses problemas têm uma nova esperança de resolução!
Uma equipa de engenheiros da Universidade de Cambridge desenvolveu um processo de remoção de tinta do papel, recorrendo a impulsos laser.
|
Fotografia tirada ao perto de papel "desimprimido" |
O processo envolve o uso de impulsos de laser curtos para remover a tinta através do aquecimento dos materiais que a constitui até temperaturas em que vaporizam. Nos testes efetuados, o papel sujeito a este processo não sofreu danos significativos, continuando a assemelhar-se muito ao papel branco original.
|
Resultados da "desimpressão" |
Demonstrada a técnica em laboratório, os engenheiros pretendem criar um protótipo apropriado para escritórios - a "desimpressora"; contudo, o seu custo de produção pode ascender às 19 mil libras (23 mil e 500 euros, aproximadamente).
Esta equipa afirma que o processo funciona com as tipologias de papel mais usadas e que é mais amigo do ambiente que a própria reciclagem!
Com um custo tão elevado, não será melhor mantermo-nos pela reciclagem convencional do papel?
A equipa de Cambridge admite que as empresas ainda considerarão economicamente mais favorável a reciclagem convencional, mas com o avançar da economia, o preço da "desimpressora" baixará.
"Quando usamos papel reciclado, usamos muitos recursos naturais", diz o líder da equipa, David Leal-Ayala. "Usamos eletricidade, água e químicos, e para ser honesto, quando imprimimos algo, a única razão de não reutilizarmos o papel é a presença da tinta."; "O papel ainda se encontra em boas condições e não há razão nenhuma de seguir todo esse processo industrial se o papel ainda está em bom estado".
Está visto que esta e outros tipos de tecnologia similares não estão ao alcance de todos, pelo menos por agora. Deverão ser apoiadas investigações como esta, de modo a encontrar formas alternativas e mais amigas do ambiente que a reciclagem convencional? Ou a reciclagem até aqui efetuada é suficiente para alcançar a sustentabilidade do planeta, no que toca à parte do tratamento de resíduos?
Miguel Serôdio
Mais informação: