sábado, 2 de junho de 2012

Um país por "Água Abaixo"


Atol do Kiribati
A nação Kiribati, conjunto de ilhas no oceano Pacífico, já começou a negociar a compra de terras de Fiji. O objectivo é mover a sua população de 113 mil habitantes para lá, já que o aumento do nível do mar está a acabar com suas plantações e reservatórios de água potável. Esta poderá ser a primeira realocação de um país por motivos climáticos.

Alguns dos 32 atóis de coral de Kiribati já estão a desaparecer. Eles ficam à altura da linha do equador, numa área de 3,5 milhões de quilómetros quadrados de oceano. A área total de terra é de 811 quilómetros quadrados, e sua altitude média é de menos de dois metros acima do nível do mar. Tarawa, conjunto de ilhotas, é o centro administrativo e onde se concentra a maioria da população do país.

Anote Tong, presidente de Kiribati, conta que já entrou em contacto com o governo de Fiji para comprar até dois mil hectares de terra. “Essa é a última alternativa, não podemos fazer mais nada. Vamos ter que nos mudar quando as marés alcançarem nossas casas e vilarejos”, lamenta. O presidente conta que os efeitos do clima são uma batalha diária para sua população, e que planeja enviar primeiro à Fiji um grupo de trabalhadores habilidosos, para que eles possam se integrar com mais facilidade à população do país. A intenção é que os imigrantes sejam vistos como uma contribuição valiosa para a economia de Fiji.

“Não queremos que 100 mil pessoas de Kiribati se mudem para Fiji de uma vez só. Eles precisam encontrar emprego como imigrantes habilidosos, como pessoas que têm seu lugar em uma comunidade, e não como refugiados ou cidadãos de segunda classe”, argumenta Tong. O seu governo lançou um programa de “educação para imigração”, para que sua população se mostre atraente como imigrantes.

Os jovens do país estudam na Universidade do Pacífico Sul, e já estão preparados para se desprenderem de seus vilarejos natais. Alumita Durutalo, professor da universidade, diz: “Eles já se estão a preparar muito bem. Já educaram os seus jovens para serem capazes de viver em qualquer lugarr”. Alguns i-Kiribati, como a população é conhecida, têm preocupações em relação à sobrevivência da sua cultura num território novo, especialmente se aqueles que se mudarem primeiro forem os jovens.

“Precisamos que a comunidade internacional crie urgentemente um pacote de medidas para lidar com as necessidades de países que passam pela mesma situação de Kiribati”, alerta Tong.

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3 comentários:

  1. Que cena! Acabo o secundário a ler um post sobre o trabalho que fiz quando comecei o secundário (foi sobre um país (o kiribati) que pertencia ao commonwealth). Lembras-te Shuhuan?

    Agora o que eu não sabia era desta situação. Um país desaparecer devido às alterações climáticas. Imaginem que era Portugal, já que grande parte deste país é litoral. É URGENTE reconhecermos os nossos erros ambientais e mudá-los. E não é tentar! É mudar mesmo!

    Bom post!

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    1. Realmente é uma pena que países (como o Kiribati) desapareçam devido às acções antrópicas que alteram o ambiente. Mais ainda porque o Kiribati, sendo um país pequeno, muito pouco contribui-o para a sua "destruição". É urgente que se mude os nossos hábitos para que mais países não desapareçam.

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  2. Esta notícia é verdadeiramente impressionante. Só vem mostrar que as previsões que foram feitas no passado, em relação à subida do nível médio das águas do mar, vão acabar por se realizar no futuro, por muito que nós não acreditássemos ou não quiséssemos acreditar.. É muito triste para esta população ter de abandonar o lugar onde nasceu, por causa da inconsciência que o Homem tem tido ao longo destes anos passados. Como é com os erros que se aprende, espero que as pessoas agora estejam atentas àquilo que fazem para evitar que esta situação se agrave, que acredito que se deva ao aquecimento global. Assim, temos controlar os gases que são lançados para a atmosfera, seja na indústria como nos automóveis, ou colaborar com o sistema de reciclagem para que se gaste menos energia.
    Se não queremos que mais países desapareçam (tal como o nosso!), então é preciso agir!

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