segunda-feira, 5 de março de 2012

A chave para o nosso "relógio biológico" está no cabelo

     Ajustar o seu relógio interno pode ser tão fácil quanto arrancar um fio de cabelo!

    Uma pesquisa recente descobriu que os folículos capilares mantêm o registo da atividade de um gene que influencia a hora de acordar e quando vamos dormir. Os resultados poderiam ser usados para diagnosticar e estudar os distúrbios do sono e problemas como o jet lag – distúrbio do sono relacionado com a mudança brusca de fuso horário. 
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     O nosso ciclo de dormir e acordar é controlado em grande parte por genes chamados genes do relógio. Esses genes variam a sua atividade ao longo do dia e são responsáveis pelo acerto do chamado relógio interno.
     Makoto Akashi, um investigador na Universidade de Yamaguchi, no Japão, e os seus colegas usaram a cabeça e voltaram-se para o cabelo. Na base de cada fio de cabelo há um folículo de células vivas, que se agarra ao cabelo quando puxado. Através desses folículos, os investigadores foram capazes de isolar e controlar a atividade de três genes do tal relógio. Observar os fios de barba é ainda mais eficiente.
     Ao arrancar os cabelos de quatro pessoas nas suas rotinas diárias, os investigadores descobriram que a maior atividade dos genes coincide com o momento de maior atividade do dia. No entanto, quando as pessoas mudam os seus horários em quatro horas, durante três semanas, a atividade de pico dos genes foi deslocada apenas duas horas, o que sugere uma reação semelhante ao jet lag. Ou seja, mesmo que a pessoas se esforce para se manter ativa fora do horário ao qual ela está acostumada, o relógio do seu corpo não acompanha inteiramente a mudança.
     Os investigadores ainda estudaram seis trabalhadores cujos experientes se alternam drasticamante: das 6h às 15h em uma semana e das 15h à meia noite na outra. Eles descobriram que, apesar do pico de atividade dos investigados se terem deslocado nove horas de uma semana para outra, a expressão genética só avançou duas horas. Ou seja, pessoas cujos empregos exigem uma flexibilidade de horário muito grande vivem num estado permanente de jet lag. Por isso, eles possuem maior risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, finalizam os investigadores.


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4 comentários:

  1. Fiquei impressionada com a última parte do post, que diz que o facto de uma pessoa ter um emprego que exige uma grande flexibilidade de horário está mais sujeita ao aparecimento de, por exemplo, um AVC. Sinceramente, pensei que o nosso organismo fosse capaz de acompanhar esse ritmo...
    Claro que, em relação à mudança de horário, dá para notar esse tal jet lag.

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  2. Achei o post bastante interessante, uma vez que nunca pensei sobre tal assunto! Agora já sabemos que o nosso cabelo não é só para a beleza, também nos ajuda a saber a quantidade ideal de horas que devemos dormir para nos sentir bem! Dormir bem é muito importante,e um conselho, não tenham um emprego que exige uma grande flexibilidade de horário pois assim não estão sujeitas a AVC, como a Mariana já tinha referido! ;-)

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    1. Concordo Shuhuan o nosso cabelo afinal não é só para a beleza! As pessoas que têm que viajar constantemente em trabalho possuem maior risco de ter um AVC. É preciso ter cuidado com esta situação pois é a saúde das pessoas que está em jogo e com a saúde não se brinca.

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  3. a fisiologia do sono é tão interessante! todos os processos que ocorrem quando dormimos, os horários, os sonhos... um verdadeiro mistério para mim... se até o cabelo está relacionado com o nosso relógio biológico!
    há uns anos, vi um documentário sobre o efeito das horas de luz em marte sob os astronautas, numa hipotética viagem tripulada a marte. como nesse planeta o dia dura 25 horas (acho que é este o valor), os astronautas teriam que se sujeitar a horas extra de luz na terra para que o seu relógio biológico se adaptasse a um dia com 25 horas. estonteante o progresso da ciência!!

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