O médico alemão Alexander Khortus diagnosticou, numa paciente, um complicado caso de infecção por Clostridium, uma nociva bactéria que ataca todo o sistema digestivo. Os médicos a trataram com uma variedade de antibióticos, mas nada parou as bactérias. Não havia chance de fazer um transplante de estômago ou intestino, mas Khortus encontrou uma solução criativa.
Bactérias das fezes |
Ela ganhou um novo intestino? Um novo estômago? Não. Ela ganhou novas bactérias. Uma pequena amostra das fezes do seu marido misturada a solução salina foi colocada no seu cólon. A diarréia desapareceu num dia, bem como a infecção causada pela bactéria.
O procedimento é conhecido como terapia da bactéria ou transplante fecal e foi realizado poucas vezes ao longo das últimas décadas. Antes do transplante, os médicos viram que a flora intestinal da paciente estava num estado de desespero. As bactérias normais que existem no intestino simplesmente não existiam no dela.
Alexander Khortus |
Duas semanas após o transplante, os cientistas analisaram o seu intestino novamente, e os micróbios do seu marido tinham assumido o espaço. Essa comunidade de micróbios foi capaz de curar a doença da paciente em questão de dias.
Os cientistas também descobriram que muitas doenças são acompanhadas por mudanças drásticas na composição do nosso ecossistema interior. Pessoas com asma têm um conjunto diferente de micróbios no pulmão do que pessoas saudáveis.
É por isso que muitos estudiosos estão a esforçar para tentar encontrar a solução. Cientistas estão catalogando milhares de espécies de micróbios, através das sequências de DNA. Outros cientistas estão a fazer experiências para descobrir o que os micróbios realmente fazem – aparentemente, muito bem para nossa saúde. Em última análise, o que os investigadores esperam é aprender o suficiente sobre a microbioma para usá-lo na luta contra as doenças.
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