segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Resistência dos europeus à SIDA explicada por herança genética

     A resistência de alguns europeus ao vírus da SIDA poderá dever-se a uma herança genética de epidemias de peste que atingiram há séculos o continente.

     Dois cientistas britânicos consideram que dez por cento dos europeus beneficiam actualmente de uma protecção natural contra a SIDA resultante de epidemias que afectaram os seus antepassados na Idade Média. Christopher e Susan, investigadores da Universidade de Liverpool, publicaram um estudo sobre esta questão no Jornal de Genética Medica.

     Segundo a notícia, eles sabiam que as pessoas portadoras de uma mutação genética chamada CCR5-delta32 já estão protegidas da SIDA mesmo que tenham contraído o VIH, já que a mutação impede o vírus de atacar as células do seu sistema imunitário. Segundo a nova teoria, a mutação CCR5 é um efeito das pestes europeias.

     O professor Christopher comentou: "O facto da mutação do CCR5-delta32 ser restrita à Europa sugere que as pragas da Idade Média tenham desempenhado um papel importante no aumento da frequência da mutação. Essas pragas estavam confinadas à Europa, persistiram por mais de 300 anos e tiveram mortalidade de 100%.”

     Christopher e Susan afirmam que não se trata de pestes bubónicas, mas de epidemias de febre hemorrágica viral que pouparam as pessoas afectadas pela mutação CCR5. A peste bubónica é uma doença mais bacteriana do que viral, e não pode ser bloqueada por uma mutação genética.




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7 comentários:

  1. Isto é algo verdadeiramente impressionante, porque um acontecimento mau para a população europeia da Idade Média (pragas) tornou-se numa coisa positiva passado alguns anos. É graças a essas pragas que, actualmente, nós (europeus) temos uma maior resistência à SIDA.

    Quem disse que as mutações são algo mau?

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  2. A SIDA é uma doença devastadora que, apesar de toda a informação, ainda afecta muitas pessoas ao redor do mundo. Os sortudos que apresentam esta mutação evitam uma grande "tortura" ao longo da sua vida, como infecções, doenças respiratórias, cardíacas...
    Como podem ver, nem todas as mutações são prejudiciais. Este caso fez-me lembrar a mutação - tão conhecida pela turma - de uma família de italianos que evita que o colesterol se acumule nas suas artérias. Uma mutação bastante benéfica tal como esta da SIDA! :)

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  3. Joana Madeira & Patrícia Lopes10 de janeiro de 2012 às 13:48

    É verdade, nem todas as mutações são prejudiciais, apesar do que a maioria das pessoas pensa. São este tipo de mutações, benéficas, que podem vir a contribuir para a evolução da nossa espécie. :D

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  4. Já pensaram o que era se todas as doenças "más" tiverem uma mutação que os torna benéficos para o ser? Seria espectacular! E agora com os avanços da ciência e da tecnologia, talvez um dia destes esta brilhante ideia aconteça...;-) Em relação a este post, acho muito curioso como é que pestes da idade média conseguiram "criar" essa mutação que pode salvar milhões de pessoas... isso só mostra o qual especial é o nosso corpo!

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  5. bem eu nem sabia que havia pessoas resistentes à sida! com o desenvolvimento da engenharia genética, talvez possa ser possível transferir o gene mutado para indivíduos normais e resolver a problemática da sida no futuro.

    @ shuhuan: as pestes são um verdadeiro exemplo da atuação dos agentes mutagénicos no nosso genoma. só que neste caso conduziu a um grande benefício.

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  6. Neste caso o provérbio "Há males que vêm por bem" adequa-se bastante bem porque as pestes que foram um mal que atingiu a Europa à séculos atrás aumentaram a resistência de alguns europeus à sida. Agora é tentar transferir esse genes para o resto das pessoas para acabar com o grande problema que é a sida.

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  7. nunca pensaram se os investigadores já conseguiram descobrir uma cura para a sida? é que é quase incrível com o desenvolvimento que temos ainda não terem descoberto...

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