sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Híbridos estéreis

Já alguma vez viram um zebralo? Ou um tambacu? São os chamados híbridos estéreis.

     A maioria das mutações é responsável por grandes distúrbios nos seres vivos, tanto fisicamente como psicologicamente. As alterações génicas são fenómenos muito frequentes no nosso organismo - muitas delas são é corrigidas no momento.
     No entanto, existem mutações benéficas, como visto na Resistência dos europeus à sida, neste blog. Entre elas, cita-se a poliploidia. Apesar de letal no Homem, pode ser viável em muitos outros seres vivos e constituir benefícios no sucesso evolutivo, como nas plantas.
     Um género de trigo, por exemplo, é poliploide, visto resultar do cruzamento de espécies diferentes e ter sofrido duplicação cromossómica (é um híbrido fértil). Contudo, existem indivíduos híbridos que não sofrem poliploidia, como no caso dos animais - tornam-se inférteis, por não apresentarem cromossomas homólogos (pois vieram de espécies diferentes).
     Fomos pesquisar exemplos de híbridos estéreis, e surpreendemo-nos com os resultados. Confiram:

  • Bardoto, resultado de égua (Equus caballusi) X jumento (Equus asinus)



  • Tambacu, resultado de tambaqui (Colossoma macropomum) X pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus)



  • Ligre, resultado de leão (Panthera leo) X tigresa (Panthera tigris)

  • Leopon, resultado de leopardo (Panthera pardus) X leoa (Panthera leo)


  • Toronja (laranja-romã), resultado de pomelo (Citrus maxima) X laranja (híbrido também) (Citrus x sinensis)


  • Zebralo, resultado de égua (Equus caballusi) X zebra (Equus Dolichohippus grevyi)

8 comentários:

  1. Espectacular!...Não sabia que havia tantos híbridos! Sempre que falam em híbridos, associo sempre à mula ou ao ligre, e nunca pensei que a toranja também fosse híbrida!
    Acho que com a ajuda dessa manipulação, os Homens conseguem criar espécies cada vez mais diferentes e obter benefícios para si, mas por outro lado, é contra as leis da natureza, pois estamos a alterar a espécie... ;-)

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  2. @ Shuhuan: a poliploidia já é induzida em laboratório em muitas espécies de plantas. Um claro exemplo disso é o trigo com que fazemos o nosso pão.
    Muitas das plantas que conhecemos são híbridas e nós nem temos noção disso - uma simples laranja pode ter uma grande história evolutiva de hibridização que a justifica. não é fantástico?

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  3. nossa, são lindos! não sabia disto não galera! assim você me mata...
    gostei muito do zebralo.
    acho que minha prima tem um na fazenda. Flwww

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  4. @ Miguel Serôdio: sorry. dei a entender que o trigo foi produzido em laboratório. na verdade não. o trigo (Triticum aestivum é hexaploide (o.O) e foi o resultado de poliploidias puramente naturais.

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  5. É realmente incrível a quantidade de híbridos estéreis que existem! Desconhecia grande parte deles! O meu favorito foi o zebralo, porque o pêlo mostra bem que vem do cruzamento de uma égua com uma zebra.

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  6. Também não sabia que a toranja era um híbrido. Muito engraçado, realmente! O meu favorito foi também o zebralo, achei muito giro. :D

    Ah, outra coisa: caso se tenham perguntado acerca da semelhança entre o bardoto e a égua (tal como eu), fui pesquisar e encontrei uma explicação:
    "Em seu significado moderno comum, uma mula é o indivíduo fêmea resultante do cruzamento de um jumento, Equus asinus, com uma égua, Equus caballus. O macho resultante desse cruzamento é chamado mú ou muar. Entretanto, o cruzamento das mesmas espécies porém invertidos os sexos (portanto cavalo X jumenta), dá origem a um animal diferente, o bardoto"

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  7. Em Montemor (Évora), no terreno da minha avó, temos toronjas, mas lá são chamadas de laranjas-romã. A explicação que sempre ouvi para que isto acontecesse era que a laranjeira, quando pequena, tinha crescido com uma estaca de suporte feita de um ramo da romanzeira. Agora já sei a verdadeira razão.
    São tão boas!

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  8. Nunca pensei que existissem tantos híbridos estéreis! Eu que gosto tanto de toranjas nunca pensei que estava a comer um híbrido. Fui pesquisar mais sobre a toranjas e descobri que elas por dentro não são sempre vermelhas e que podem ser também brancas ou mesmo rosadas. Interessante!

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