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Atol do Kiribati |
A nação
Kiribati, conjunto de ilhas no oceano Pacífico, já começou a negociar a compra
de terras de Fiji. O objectivo é mover a sua população de 113 mil habitantes
para lá, já que o aumento do nível do mar está a acabar com suas plantações e
reservatórios de água potável. Esta poderá ser a primeira realocação de um país
por motivos climáticos.
Alguns dos 32 atóis de coral de Kiribati já estão a desaparecer.
Eles ficam à altura da linha do equador, numa área de 3,5 milhões de quilómetros
quadrados de oceano. A área total de terra é de 811 quilómetros quadrados, e
sua altitude média é de menos de dois metros acima do nível do mar. Tarawa,
conjunto de ilhotas, é o centro administrativo e onde se concentra a maioria da
população do país.
Anote Tong, presidente de Kiribati, conta que já entrou em contacto
com o governo de Fiji para comprar até dois mil hectares de terra. “Essa é a
última alternativa, não podemos fazer mais nada. Vamos ter que nos mudar quando
as marés alcançarem nossas casas e vilarejos”, lamenta. O presidente conta que
os efeitos do clima são uma batalha diária para sua população, e que planeja
enviar primeiro à Fiji um grupo de trabalhadores habilidosos, para que eles
possam se integrar com mais facilidade à população do país. A intenção é que os
imigrantes sejam vistos como uma contribuição valiosa para a economia de Fiji.
“Não queremos que 100 mil pessoas de Kiribati se mudem para Fiji
de uma vez só. Eles precisam encontrar emprego como imigrantes habilidosos,
como pessoas que têm seu lugar em uma comunidade, e não como refugiados ou
cidadãos de segunda classe”, argumenta Tong. O seu governo lançou um programa
de “educação para imigração”, para que sua população se mostre atraente como imigrantes.
Os jovens do país estudam na Universidade do Pacífico Sul, e já
estão preparados para se desprenderem de seus vilarejos natais. Alumita
Durutalo, professor da universidade, diz: “Eles já se estão a preparar muito
bem. Já educaram os seus jovens para serem capazes de viver em qualquer lugarr”.
Alguns i-Kiribati, como a população é conhecida, têm preocupações em relação à
sobrevivência da sua cultura num território novo, especialmente se aqueles que
se mudarem primeiro forem os jovens.
“Precisamos que a comunidade internacional crie urgentemente um
pacote de medidas para lidar com as necessidades de países que passam pela
mesma situação de Kiribati”, alerta Tong.
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