quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Rapariga de 17 anos cria nanopartícula

  Angela Zhang, uma rapariga californiana com apenas 17 anos de idade, acaba de ganhar 100,000 dólares no Grande Prémio de Matemática, Ciência e Tecnologia do Concurso da Siemens.


O que fez para ganhar esses 100,000 dólares?

Angela Zhang, a erguer o seu prémio
 Basicamente, ela criou uma nanopartícula que mata células cancerígenas. Segundo a própria, a partícula melhora os tratamentos actuais contra o cancro porque oferece uma maneira de entregar a droga directamente nas células tumorais, sem afectar as células saudáveis ao seu redor. A partícula também é capaz de libertar uma droga quando activada por um laser.

  A criação de Angela está a ser anunciada como um “canivete suíço no tratamento do cancro”, porque tem muitos usos potenciais diferentes. Apesar de ainda estar a muitos anos de ser usada em pacientes reais, esta vitória é um grande feito, especialmente para uma adolescente.

  Angela trabalhou nestas nanopartículas desde 2009 e passou mais de 1,000 horas no projecto. A sua pesquisa foi estimulada pela morte do seu avô e bisavô, por causa do cancro. Tudo o que a ela pudesse fazer para impedir a doença de matar mais pessoas, ela queria fazer. E parece que conseguiu.


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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Doença de Graves

     O nosso sistema imunitário é bastante eficiente, mas pode apresentar sempre alguns problemas. Um exemplo disso é a autoimunidade - as células imunitárias começam a atacar as próprias células do organismo, pois reconhece-as como estranhos.

A doença de Graves é uma doença autoimune frequente.

     Esta doença caracteriza-se pela presença de hipertiroidismo, bócio, oftalmopatia e, por vezes, mixedema pré-tibial.

Mixedema pré-tibial
     Estes sintomas devem-se à excessiva produção de hormonas pela tiróide. Essa produção desenvolve-se quando anticorpos induzem continuamente a secreção dessas hormonas na glândula, desempenhando a função da TSH (thyroid-stimulating hormone - tireotropina). A causa desta situação deve-se a fenómenos de autoimunidade - células imunitárias (linfócitos T em interação com linfócitos B neste caso) ativam, indiretamente, recetores da tiróide para a TSH, o que induz a produção das hormonas tiroideias.

     Geralmente, todos os indivíduos afetados por esta doença necessitam de tratamento. O tratamento incide em dois objetivos: melhorar rapidamente os sintomas da doença e diminuir a velocidade de produção das hormona tiroideias pela glândula.
     A melhoria dos sintomas da doença faz-se por tratamentos terapêuticos, de modo a eliminar a oftalmopatia e o mixedema pré-tibial.
     O tratamento do hipertiroidismo passa pela via terapêutica, com medicação anti-tiroideia diária, podendo ser aplicado iodo radioativo e/ou cirurgia (raramente efetuada).

Bócio
     A doença de Graves afeta mais mulheres do que homens (devido à maior eficiência do sistema imunitário feminino, o que aumenta a probabilidade da hiperimunidade) e é mais frequente entre os 20 e os 40 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade. É, também, a causa mais comum  (entre 60 a 80% dos casos) de hipertiroidismo.
     Não existe forma de prevenir a doença de Graves.

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Resultados da sondagem #6

A que se deve a oftalmia simpática?


1ª - À bactéria Staphylococcus aureus.
  3 (30%)
 

2ª - A respostas imunes contra as células do nosso organismo.
  4 (40%)
 

3ª - Ao vírus Rhabdoviridae.
  2 (20%)
 

4ª - A uma mutação estrutural.
  1 (10%)
 


Com a maioria dos votos (40% cada) está a 2ª opção, seguida da 1ª, 3ª e 4ª.


Mas afinal a que se deve a oftalmia simpática?

A resposta correcta é a 2ª opção: a oftalmia simpática é um tipo de inflamação ocular após o trauma de um olho. É considerada uma lesão grave, pois pode deixar o paciente completamente cego. Os sintomas da doença são manchas nos olhos e saída dos olhos da cavidade ocular. O trauma penetrante num olho induz a libertação de antigénios, que iniciam a acção de linfócitos T CD4+, daí ser uma doença auto-imune. 

Obrigado a todos os leitores "Do ADN à Vida" pelo contributo na sondagem.

A próxima sondagem virá na segunda-feira, dia 27 de fevereiro. Votem!

Viver com animais pode proteger crianças das alergias

     Segundo uma nova investigação, bebés que convivem com cães e gatos são menos propensos a desenvolver alergias a esses animais mais tarde na vida.


     Os investigadores recolheram informações de 566 crianças e seus pais sobre a exposição das crianças aos animais de estimação e o seu histórico de alergias. Além disso, quando as crianças completaram 18 anos, foram recolhidas amostras de sangue que foram testadas para certas proteínas do sistema imunológico (anticorpos) que lutam contra alérgenos de cães e gatos.
     As crianças que cresceram em lares com gatos tinham cerca de metade da probabilidade (48% mais baixa) de serem alérgicas a eles quando adolescentes. Crescer em torno de um cãozinho reduziu o risco de alergias ao cão por aproximadamente a mesma quantidade para os meninos (50% mais baixo), mas não para meninas; uma descoberta que os investigadores não conseguiram compreender.
     Os cientistas sugerem que as meninas talvez não desenvolvam a mesma imunidade que os meninos porque interagem de forma diferente com os cães; mas é só um palpite.
     A investigação mostrou que estar exposto aos animais de estimação após o primeiro ano de vida não parece ter qualquer efeito sobre o risco de alergias, o que indica que o tempo pode ser tudo quando se trata de prevenir alergias.
     Embora os cientistas não possam dizer com certeza, suspeitam que a exposição precoce a alérgenos e bactérias relacionadas a animais domésticos fortalece o sistema imunitário. O corpo habitua-se aos alérgenos, e ajuda a criança a construir uma imunidade natural.


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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pessoas que não sentem dor

     A insensibilidade congénita à dor é uma condição na qual uma pessoa não sente qualquer tipo de dor física.
     Estudos recentes concluíram que este problema é genético, atacando homens e mulheres na mesma proporção. Esta condição surge devido a mutações num gene, que acabam por afectar o Nav1.7, uma espécie de canal electroquímico que liga os chamados nervos periféricos ao sistema nervoso central. Desta maneira, embora o "sinal de dor" seja emitido, não chega ao cérebro.

Como a "dor" é transmitida
     Esta condição é de alto risco, uma vez que o objectivo da dor é dar um aviso ao organismo de que algo está errado.
     As pessoas que sofrem de insensibilidade congénita à dor têm uma esperança média de vida de 20 anos.


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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O estilo de vida influencia a nossa imunidade?

     Pelas aulas e pelos posts já publicados, temos bem presente a noção da influência do meio ambiente no nosso organismo, quer ao nível genético, quer ao nível celular. Como não poderia deixar de ser, o nosso sistema imunitário não escapa disto!
     A sociedade de hoje vive um momento em que obter a melhor saúde e estética possíveis é um importante objetivo. Tanto a alimentação, o exercício físico e o estilo quotidiano têm influência na nossa saúde, como sabem. 

O grande segredo para se ter uma boa saúde é fortalecer o sistema imunitário.

     Muitos estudos comprovam que a prática de exercício físico moderado e regular aumenta a eficácia da nossa imunidade, prevenindo-nos melhor de resfriados e constipações, por exemplo - este tipo de exercício tem sido associado ao aumento da produção de macrófagos, células que fagocitam (digerem) microorganismos. Isto pode levar a benefícios substanciais no sistema imunitário a longo prazo.
     O cansaço físico e mental também influencia na imunidade, segundo alguns estudos. Pessoas que se sentem tranquilas e felizes apresentam um sistema de defesa forte, enquanto que pessoas deprimidas, stressadas, têm um sistema imunitário mais debilitado. Num estudo feito a estudantes, evidenciou-se um maior nível de glóbulos brancos em época de férias do que em época de exames!
     A alimentação também tem um papel importante: uma alimentação equilibrada é importante para aumentar a imunidade, já que os alimentos contêm substâncias que podem influenciar, mais uma vez, a produção de leucócitos. Tanto é que, por exemplo, os vegetarianos têm leucócitos mais resistentes a tumores do que quem ingere carne. O facto é que ainda nem se sabe bem porquê, mas tem, obviamente, algo a ver com a alimentação.

     E aqui estão todas as dicas que temos para vocês. Em baixo confiram os sites para verem métodos e alimentos para aumentar a vossa imunidade! Toca a praticar!


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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Descoberta estratégia do VIH para se multiplicar em certos glóbulos brancos

Investigadores dos Institutos franceses Curie e Pasteur descobriram que o vírus da sida resiste a algumas células imunitárias alterando o PH dos compartimentos celulares onde se acumula.

Vírus da Sida
Investigadores do Instituto Curie e do Instituto Pasteur decidiram verificar como o VIH resistia à acção das células imunitárias, que em condições normais resistiriam e destruiriam corpos estranhos.
Assim que um vírus ou uma bactéria infecciosa penetra no corpo humano desencadeia a acção do sistema imunitário, que age através de numerosos tipos de células, chamados glóbulos brancos.
No entanto, alguns vírus, como o vírus da sida, escolhem como alvo o próprio sistema imunitário.
O vírus da imunodeficiência humana (VIH) ataca células do sistema imunitário, no interior das quais se multiplica, e em algumas delas acumula-se numa espécie de 'armazéns' que são de difícil acesso para os tratamentos anti-virais.
O VIH ataca especialmente dois tipos de glóbulos brancos: os macrófagos, os primeiros a intervir contra os corpos estranhos, e os linfócitos (linfócitos T CD4), que intervêm mais tardiamente na resposta imunitária.
Macrófago
É nos macrófagos infectados que o vírus constrói verdadeiros reservatórios virais dificilmente acessíveis aos tratamentos anti-virais, enquanto a sua multiplicação nos linfócitos T CD4 provoca a destruição destes.
Uma equipa do Instituto Curie liderada por Philippe Benaroch estudou a proliferação do VIH nos macrófagos em colaboração com colegas do laboratório de vírus e imunidade do Instituto Pasteur e mostraram que as partículas virais se acumulam em compartimentos específicos dentro dos macrófagos infectados.
Em trabalhos publicados recentemente na revista 'Cell Host and Microbe', os investigadores afirmam que o vírus modifica o PH dos compartimentos celulares nos quais se acumula, impedindo assim a activação das enzimas encarregues de os atacar.
Quando funcionam normalmente, estes compartimentos possuem um PH ácido onde o VIH não deveria sobreviver.
Linfócito
No entanto, as medições do PH realizadas pelos investigadores revelaram um defeito de acidificação nestes compartimentos: o VIH modificava esse meio hostil e criava um ambiente favorável à sua sobrevivência e ao seu armazenamento.
Nesses compartimentos, as enzimas de degradação, que têm necessidade de um PH ácido para funcionar e degradar o vírus, são eliminadas, de forma que, ao controlar o ambiente, o VIH pode multiplicar-se à vontade.
Este estudo traz novos conhecimentos sobre a persistência do VIH em pessoas contaminadas e abre a porta à identificação de novos alvos terapêuticos, para eliminar estes 'armazéns' virais nos macrófagos.


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Quantas bactérias temos no nosso corpo?

     O suficiente para encher um prato grande de sopa. “Isso é 1,36 a 2,27 quilos de bactérias”, diz Lita Proctor, que estuda as comunidades de bactérias que vivem sobre e em nós.

     Imaginem só: Vocês têm mais bactérias dentro do seu corpo do que células humanas.
     É isso mesmo. Não adianta fazer cara de nojo. Se você desmontar o corpo humano inteiro, célula por célula, e separar o que é bactéria de um lado e homem do outro, os micróbios ganham! 

Bactéria E.Coli
     As células de bactérias no nosso corpo superam as células humanas em 10 para 1. Porém, como elas são muito menores do que as células humanas, representam apenas cerca de 1 a 2% da massa do nosso corpo, embora componham cerca de metade dos nossos resíduos corporais.
     A quantidade de bactérias que carregamos não era bem catalogada até recentemente. Em julho, a Universidade Estadual da Carolina do Norte, EUA, estudou quantos micróbios tínhamos no nosso umbigo, e os cientistas encontraram cerca de 1.400  de bactérias diferentes em 95 participantes. Destas, 662 amostras eram previamente desconhecidas.
     Agora, uma nova instituição sem fins lucrativos, chamada MyMicrobes, quer unir as pessoas através de uma rede social exclusivamente para falar e comparar experiências com bactérias (especificamente as gastrointestinais).



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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Vírus "anti-cancro" revela-se promissor


     Uma nova investigação conseguiu “engenhar” um vírus injectado no sangue que pode alvejar selectivamente as células cancerígenas em todo o corpo.

Vírus vaccinia modificado consegue localizar tumores
     Com resultados inéditos, o vírus atacou apenas tumores, deixando o tecido saudável intacto, num pequeno teste com 23 pacientes. Segundo os investigadores, as descobertas podem, um dia, revolucionar totalmente as terapias para cura do cancro. Usar vírus para atacar cancros não é um novo conceito: antes era preciso serem injectados directamente nos tumores para escapar do sistema imunológico.

     Na investigação, os cientistas modificaram o vírus JX-594, que é famoso por ser usado para desenvolver uma vacina contra a varíola. Ele é dependente de uma via química, comum em alguns tipos de cancro, para replicar.

     O vírus foi injectado em doses diferentes no sangue dos pacientes que tinham cancro espalhado em vários órgãos do corpo. Dos oito pacientes que receberam a dose mais alta, sete tinham o vírus replicado nos seus tumores, mas não no tecido saudável.

     “Esta é a primeira vez na história da medicina que uma terapia viral tem se mostrado consistente e replicado selectivamente no tecido de cancro após infusão intravenosa em humanos”, disse o investigador John Bell, da Universidade de Ottawa. “A aplicação por via intravenosa é crucial para o tratamento do cancro porque nos permite alvejar tumores por todo o corpo e não apenas aqueles nos quais podemos injectar diretamente”.

     A infecção impediu o crescimento do tumor em 6 pacientes por um tempo. No entanto, o vírus não curou o cancro. Foram dados aos pacientes apenas uma dose do vírus visto que a experiência foi projectada para testar a segurança do vírus.

     Os investigadores acreditam que o vírus pode ser usado para oferecer tratamentos directamente às células cancerígenas em concentrações elevadas, como terapia para cancros complicados e difíceis de tratar.



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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Resultados da sondagem #5

Consideram eticamente correta a manipulação do genoma humano?


1ª - Sim, para melhorar a qualidade de vida, tanto ao nível estético como sanitário.
  6 (24%)
 

2ª - Sim, se aplicada apenas à prevenção e tratamento de doenças.
  13 (52%)
 

3ª - Não, em qualquer dos casos mencionados.
  4 (16%)
 

4ª - Desconheço essa técnica.
  2 (8%)
 

Com a maioria dos votos (52% cada) está a 2ª opção, seguida da 1ª, 3ª e no fim a 4ª.


Afinal, será correto manipular o nosso genoma?

A resposta mais votada foi a 2ª opção: 52 % dos leitores que votaram concordam com esta técnica, mas apenas aplicada à prevenção e tratamento de doenças: por exemplo, a terapia genética, que consiste na inserção de genes em células e tecidos de um indivíduo para o tratamento de uma doença, normalmente, hereditária.
Enquanto 16 % dos votantes afirmam que a manipulação genética é eticamente incorreta, 24 % concordam que esta técnica seja aplicada em qualquer caso, tanto estético como ao nível da saúde.
8 % desconhecem a técnica. Cultivem-se!

Obrigado a todos os leitores "Do ADN à Vida" pelo contributo na sondagem.

A próxima sondagem virá na segunda-feira, dia 6 de fevereiro. Votem!