quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Nasce primeiro bebé seleccionado para não ter o gene do cancro da mama

Procriação medicamente assistida

     Espanha deu um passo no sentido de abrir mais a porta à selecção de embriões. Um casal recorreu à procriação medicamente assistida para garantir que teria um bebé livre de uma mutação genética fortemente relacionada com o cancro da mama e que afectou várias pessoas da mesma família. O bebé, um rapaz, nasceu no final de 2010 mas só agora os investigadores catalães vieram dar a conhecer o caso, noticia o diário espanhoEl Mundo. Em Portugal não há nenhuma situação semelhante.


Em causa está o gene BRCA1 que, à semelhança do gene BRCA2, leva a que os seus portadores (em especial as mulheres, mas também alguns homens) tenham uma probabilidade acrescida de virem a desenvolver tumores da mama, ovário ou pâncreas. No caso do cancro da mama hereditário, há 60 por cento de hipóteses de os portadores da mutação genética virem a sofrer da doença e 20 por cento de terem cancro nos ovários, refere o El País. Em 99 por cento dos casos a doença afecta as mulheres, mas pode ser bastante mais grave nos homens.

Este era precisamente o caso do casal que recorreu ao Programa de Reprodução Assistida de Puigvert-Sant Pau de Barcelona para colocar um ponto final no historial de cancro que tinha na sua família e que estava relacionado com o BRCA1.

O caso, por ser o primeiro no país, passou pelas mãos da Comissão Nacional de Reprodução Assistida espanhola, que decidiu dar luz verde à primeira selecção de embriões relacionada com uma doença oncológica. À semelhança de Portugal, a lei espanhola permite a selecção genética de embriões em algumas doenças relacionadas com um único gene e com consequências muito graves e sem solução, como é o caso da fibrose quística.

No entanto, no caso do cancro, por ser uma patologia mais complexa e com várias origens, nomeadamente ambientais, os casos são vistos um a um. A lei tem em consideração a gravidade da patologia, a aparição precoce da doença – que no caso desta família surgia por volta dos 30 anos e em homens e mulheres –, e os tratamentos actualmente existentes.


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5 comentários:

  1. Eis um caso em que a selecção de embriões foi muito benéfica. Se não se tivesse escolhido embriões sem o gene BRCA 1, o rapaz poderia ter graves problemas de saúde e iria continuar a passar este gene para a descendência levando este problema a mais pessoas. Um grande contributo da genética!

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  2. Realmente é muito interessante! Com os avanços da tecnologias, talvez daqui a uns anos já não vai existir doenças mortais e as pessoas podem viver até quando eles quiserem! Como o que aconteceu neste caso,pois o rapazinho já tens menos hipótese ou praticamente nenhuma de ter cancro do que as outras pessoas! Muito Curioso ;-D

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  3. wow! a terapia genética aplicada aos embriões já está em fase de desenvolvimento - isso permite evitar várias doenças e aparecimentos de cancros. Mas até que ponto os progenitores devem intervir nas características dos seus filhos ou filhas? Esta é ainda uma questão a resolver. Bom post!

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  4. Acho impressionante o caminho que o Homem fez, e como evoluiu em termos de conhecimento. É incrível como nós, seres humanos, conseguimos fazer com que os bebés não tenham o gene para o cancro da mama! É de uma enorme evolução tecnológica, que acaba por ter um papel fundamental nisto.

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  5. @Francisco É verdade, um grande contributo da genética, realmente!
    Se continuarmos neste sentido, poderemos prevenir o aparecimento de ainda mais doenças que estejam "pré-definidas" nos nossos genes, através da selecção de embriões ou de outros processos que eventualmente possam ser desenvolvidos. :)

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