Procriação medicamente assistida |
Espanha deu um passo no
sentido de abrir mais a porta à selecção de embriões. Um casal
recorreu à procriação medicamente assistida para garantir que
teria um bebé livre de uma mutação genética fortemente relacionada com o cancro
da mama e que afectou várias pessoas da mesma família. O bebé, um
rapaz, nasceu no final de 2010 mas só agora os investigadores catalães vieram
dar a conhecer o caso, noticia o diário espanhol El Mundo. Em Portugal não há nenhuma situação
semelhante.
Em causa está o gene
BRCA1 que, à semelhança do gene BRCA2, leva a que os seus portadores
(em especial as mulheres, mas também alguns homens) tenham uma probabilidade acrescida de virem a
desenvolver tumores da mama, ovário ou pâncreas. No caso do cancro da mama
hereditário, há 60 por cento de hipóteses de os portadores da mutação genética
virem a sofrer da doença e 20 por cento de terem cancro nos ovários, refere
o El País. Em 99 por cento dos casos a doença
afecta as mulheres, mas pode ser bastante mais grave nos homens.
Este era precisamente o caso do casal
que recorreu ao Programa de Reprodução Assistida de Puigvert-Sant Pau de Barcelona para colocar um ponto final no historial de cancro
que tinha na sua família e que estava relacionado com o BRCA1.
O caso, por ser o primeiro no
país, passou pelas mãos da Comissão Nacional de Reprodução Assistida
espanhola, que decidiu dar luz verde à primeira selecção de embriões relacionada
com uma doença oncológica. À semelhança de Portugal, a lei
espanhola permite a selecção genética de embriões em algumas doenças
relacionadas com um único gene e com consequências muito graves e sem solução, como é o caso da fibrose quística.
No entanto, no caso do cancro,
por ser uma patologia mais complexa e com várias origens, nomeadamente
ambientais, os casos são vistos um a um. A lei tem em consideração a gravidade
da patologia, a aparição precoce da doença – que no caso desta família surgia
por volta dos 30 anos e em homens e mulheres –, e os tratamentos actualmente
existentes.
Mais informação
Eis um caso em que a selecção de embriões foi muito benéfica. Se não se tivesse escolhido embriões sem o gene BRCA 1, o rapaz poderia ter graves problemas de saúde e iria continuar a passar este gene para a descendência levando este problema a mais pessoas. Um grande contributo da genética!
ResponderEliminarRealmente é muito interessante! Com os avanços da tecnologias, talvez daqui a uns anos já não vai existir doenças mortais e as pessoas podem viver até quando eles quiserem! Como o que aconteceu neste caso,pois o rapazinho já tens menos hipótese ou praticamente nenhuma de ter cancro do que as outras pessoas! Muito Curioso ;-D
ResponderEliminarwow! a terapia genética aplicada aos embriões já está em fase de desenvolvimento - isso permite evitar várias doenças e aparecimentos de cancros. Mas até que ponto os progenitores devem intervir nas características dos seus filhos ou filhas? Esta é ainda uma questão a resolver. Bom post!
ResponderEliminarAcho impressionante o caminho que o Homem fez, e como evoluiu em termos de conhecimento. É incrível como nós, seres humanos, conseguimos fazer com que os bebés não tenham o gene para o cancro da mama! É de uma enorme evolução tecnológica, que acaba por ter um papel fundamental nisto.
ResponderEliminar@Francisco É verdade, um grande contributo da genética, realmente!
ResponderEliminarSe continuarmos neste sentido, poderemos prevenir o aparecimento de ainda mais doenças que estejam "pré-definidas" nos nossos genes, através da selecção de embriões ou de outros processos que eventualmente possam ser desenvolvidos. :)